top of page

Whiplash

  • Foto do escritor: João Rafael
    João Rafael
  • 6 de abr. de 2020
  • 2 min de leitura

Andrew Neiman (Miles Teller), um dedicado músico especializado em jazz, é aluno do mais renomado conservatório musical dos Estados Unidos. Sua maior inspiração é Buddy Rich, baterista de renome que marcou a história do jazz. Para tornar-se um baterista à altura de seus grandes ídolos, Neiman se submete ao método "terrorista" que Terence Fletcher (J. K. Simmons), o professor mais importante do conservatório, utiliza para lecionar. Com violência, muita humilhação e suor misturado com sangue, Fletcher deseja extrair de Neiman e dos outros alunos o talento e a perfeição incubada em cada um deles. Do diretor Damien Chazelle, "Whiplash" é vencedor de três Oscar</strong>, incluindo melhor mixagem de som e melhor ator secundário (J. K. Simmons).


Virtuoso, técnico ou talentoso, eis a questão


O filme destaca que a relação entre o talento e a técnica são diretamente proporcionais, sendo que sem as incansáveis horas de estudo em busca de aperfeiçoamento não existe talento. Uma das crenças mais profundas de Fletcher é que “sem dor, não há recompensa”, e isso aplicado ao extremo pode extrair o melhor de qualquer profissional. Essa forma de pensar e de agir do músico ditador nasceu de um fato histórico da música:

Após Charlie Parker tocar um solo de saxofone considerado ruim, Jo Jones lançou um prato de bateria em sua cabeça. Todos riram de Parker e isso constrangeu muito o músico, que se reservou e estudou incansavelmente. O saxofonista subiu no palco um ano depois de quase ter a cabeça decapitada e encantou o mundo com a magia de sua música.


Mas a técnica de um músico não é o único elemento para que seu brilho seja notado, e tentar extrair isso com violência e rigidez extrema não é correto. A técnica é essencial, mas o filme deixa de fora outros elementos importantes para o nascimento de um novo Parker, como a interação com outros músicos em um intercâmbio de conhecimento não didático, um ambiente saudável de estudo, e a improvisação que torna o jazz o que ele é.


Whiplash tem o poder de cativar a todos quando mostra o lado competitivo no universo da música. De uma forma realista, o filme retrata o quanto um músico tem que trabalhar, estudar e se dedicar no que faz, desmistificando que todo músico é vagabundo.


Comentarios


©2019 por João Rafael.

bottom of page